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Vinicius Torres Freire / Reação do mercado a pesquisa eleitoral é especulação

O pessoal do mercado financeiro fez, de novo, uma espécie de festinha hoje.

Vinicius Torres Freire / Reação do mercado a pesquisa eleitoral é especulação O pessoal do mercado financeiro fez, de novo, uma espécie de festinha hoje.
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O pessoal do mercado financeiro fez, de novo, uma espécie de festinha hoje. Na prática, comemorou os resultados negativos da presidente Dilma Rousseff na pesquisa Datafolha publicada ontem.
As ações na Bovespa subiram 2,5%, uma alta forte, mas a coisa não parou por ai. Algumas taxas de juros do mercado financeiro caíram, o dólar caiu etc.
Isso que dizer que o mercado especula que Dilma Rousseff vai perder a eleição. Especula que, com a vitória da oposição, a situação da economia vai mudar pra melhor. Especula ainda que, com a melhora da economia, a situação de algumas grandes empresas, estatais e bancos vai melhorar.
Ou seja, o pessoal do mercado financeiro especula sobre uma especulação de uma especulação.
Quais foram os resultados que mais chamaram a atenção do pessoal da finança, que animou tanto a praça?
A pesquisa Datafolha mostra que a avaliação do governo de Dilma Rousseff chegou ao nível mais baixo de todo mandato. 29% dos eleitores dizem que o governo é ruim ou péssimo, marca que ainda não havia sido atingida, de tão baixa.
32% acham o governo ótimo ou bom, nível baixo, muito parecido com o do pior momento do governo Dilma em termos de avaliação, que foi o de junho de 2013, da época dos protestos de rua de massa.
Outro dado que serviu para animar a festa do mercado foi que, pela primeira vez, o candidato Aécio Neves, do PSDB, empata com a presidente-candidata caso venha a acontecer um segundo turno.
No entanto, a presidente ainda está perto de ganhar no primeiro turno: tem 36% dos votos, contra igualmente 36% da soma dos seus adversários.
Ou seja, Dilma ainda está muito perto de ganhar no primeiro turno, mas agora passou a correr muito risco de perder no segundo turno. É um paradoxo de um eleitorado que está muito dividido: tem muita gente contra a reeleição de Dilma, mas pouca gente disposta a votar em massa nos candidatos da oposição, pelo menos agora, no início da campanha eleitoral.
A festa do mercado faz sentido? Para eles, faz. O pessoal do mercado financeiro parece achar que um presidente de oposição vai fazer uma administração melhor da economia e, em especial, um governo que interfira menos com o mercado, com os preços das empresas, por exemplo.
Pode até ser, mas isso por ora é especulação, até porque os candidatos pouco revelaram do que pretendem fazer da economia. Estão na verdade até escondendo o jogo.
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