Vinícius Torres Freire/ Com ofertas atraentes, vale prudência na hora de comprar carro

Em maio passado, cerca de um terço dos carros foi vendido com financiamento.

Em maio passado, cerca de um terço dos carros foi vendido com financiamento. Apenas 34%. No ano passado, tinha sido um pouquinho mais, 38%. Mas, em 2007, quase dois de três carros, 62%, eram financiados.

Isto é sinal de que o crédito sai cada vez mais devagar dos bancos, que estão jogando na retranca por dois motivos. Primeiro, enfrentaram muito calote e atraso de pagamentos até 2012. Segundo, os bancos temem o desaquecimento da economia e o risco de aumento de desemprego. Quer dizer, temem emprestar dinheiro e não receber, pois a economia anda mais fraquinha.

Essa queda no crédito ajuda a derrubar as vendas e a produção na indústria automobilística. Mas a retranca não vem apenas dos bancos. Os consumidores estão mais prudentes, pois estão vendo que a economia está mais fria, que os salários sobem mais devagar e que ficou um tantinho mais difícil arrumar emprego, pelo menos nas grandes cidades do país. Além do mais, os consumidores compraram muitos carros nos anos melhores desta década.

Obviamente, comprar um bem caro como um carro sem financiamento é mais difícil. Mas, mesmo havendo crédito ou mesmo a gente tendo dinheiro na mão, vale a pena comprar um carro logo agora?

Neste momento, os juros estão mais altos e a situação econômica está mais perigosa. Em geral, não é um momento de fazer despesa grande, se for possível esperar. Quem tem dinheiro na mão, pode investir e ganhar um pouco mais com os juros mais altos. Quem pretende financiar, vai pagar ainda mais caro do que o habitual, porque as prestações vão ficar mais altas, por causa dos juros.

Enfim, as montadoras e revendedoras podem começar a fazer promoções interessantes para o consumidor. A produção de carros no Brasil caiu mais de 13% neste ano, consideradas informações até maio, e os estoque estão mais altos. Isto é, as empresas podem fazer ofertas melhores, com preços reduzidos, até o final do ano.

Juros altos, situação econômica mais difícil e a possibilidade de que apareçam ofertas no mercado indicam que é hora de prudência, de esperar mais, no que diz respeito à compra de um bem como um automóvel.