Sobe e desce do dólar afeta empresas e turistas

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O dólar não está fora de controle, hoje cedeu no fechamento, mas ainda pode subir mais. O dólar tem avançado em todo o mundo, pela previsão de alta dos juros nos Estados Unidos, que pode levar mais dinheiro para os títulos americanos, mexendo com o fluxo de investimentos. É um movimento global. Só que no Brasil também tem o efeito dos problemas domésticos, das incertezas na área econômia, das dificuldades que o governo enfrenta no campo político, as dúvidas quanto à execução do ajuste fiscal. Tanto que em relação a 34 outras moedas, o real foi o que mais perdeu valor frente ao dólar. Com todos esses fatores, o dólar pode subir mais, até porque o governo não tem mostrado preocupação com isso. O dólar mais alto até pesa na inflação, mas é uma forma de deixar o produto brasileiro mais competitivivo em relação aos estrangeiros. Claro que outros fatores também pesam. Não é à toa que a confiança da indústria está no pior nível desde 99. Tem o aumento de custos, queda da demanda interna, escassez de água e energia, a piora geral da economia. Mas o dólar mais alto cria uma expectativa melhor nessa questão da concorrência. O efeito pode aparecer mais quando a volatilidade diminuir. Porque essa movimentação brusca, o sobe e desce, deixa os empresários meio perdidos, sem referência, trava um pouco os negócios. Assim como acontece com o turista que não sabe se compra agora, espera, desiste da viagem. Mas uma coisa é certa. É bem mais provável o dólar subir mais do que cair, voltar aos patamares que estávamos acostumados. Melhor não contar com isso.