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Refugiados são batata quente nas mãos da Europa

Confira o conteúdo exclusivo da TV Gazeta - Refugiados são batata quente nas mãos da Europa

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A crise dos refugiados na Europa está gerando uma versão muito simplificada. Dizem que a Hungria tem se comportado de um jeito cafajeste. E que a Alemanha, ao contrário, tem reagido com muita generosidade. Pode até ser um pouco isso. Mas vamos pintar esse quadro com menos contrastes. A crise é imensa. A União Europeia afirma que já recebeu desde janeiro 500 mil refugiados. O dobro do que em todo o ano passado. Os refugiados sírios são maioria. Eles chegam à Grécia e começam a subir na direção do Norte. Poderiam escolher um trajeto mais perto do litoral adriático. Mas teriam mais montanhas e mais fronteiras. Então seguem um caminho mais longe do mar. Chegam até a Sérvia, tentam entrar na Hungria, e depois viram à esquerda para chegar à Áustria e à Alemanha. A Hungria fechou a fronteira com a Sérvia. Construiu uma cerca de arame farpado de 175 quilômetros. E prendeu 60 refugiados que arrebentaram com a cerca para entrar no país. O primeiro-ministro húngaro se chama Viktor Orban. É um conservador. Mas o país dele é pequenininho. A Hungria tem só 10 milhões de habitantes, e já gastou este ano, com os refugiados, 220 milhões de dólares. A Hungria é pouco receptiva aos refugiados. No ano passado, 43 mil pediram asilo. Mas só 260 vistos foram emitidos. A Alemanha é um país bem maior e mais rico. Tem 80 milhões de habitantes. Mas também está em dificuldades com tanta gente chegando. Está controlando a identidade de quem chega desde o fim de semana. Acreditava há três meses que receberia este ano 450 mil refugiados. Vai receber 800 mil ou mais. A população não despreza esses estrangeiros. Existem 350 projetos de acolhimento, tocados sobretudo por voluntários. Mas o governo tem medo da infiltração de terroristas islâmicos. E há também os grupos neonazistas, que praticam atos de hostilidade contra estrangeiros. Já foram mais de 100 este ano. O resumo da ópera é o seguinte: a Europa está com uma enorme batata quente nas mãos. É assim que o mundo gira.
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