Compartilhe
Problema da Previdência dará confusão política

Jornal da Gazeta
Qual a pista? Henrique Meirelles, ministro da Fazenda e da Previdência, disse hoje que a reforma deve afetar quem já está no mercado de trabalho.
Obviamente, deve haver uma regra de transição. Quer dizer, quem já está à beira de se aposentar seria menos afetado ou não seria. Quanto mais perto de se aposentar, menos seria a idade mínima exigida.
Isso já está definido? Nem de longe. O governo pretende elaborar uma proposta até o início de junho. Mas isso é apenas um plano meio vago. Há oposição grande.
Todas as centrais sindicais são contra a reforma da Previdência. A partir de sexta-feira, se reúnem para definir um plano alternativo. Não querem idade mínima de jeito nenhum. Na verdade, querem achar receitas novas para cobrir o rombo nas contas da Previdência.
Os gastos com pagamentos de aposentadorias, pensões por morte e outras despesas do INSS são os maiores do governo. De tudo o que o governo federal gasta, a Previdência leva quase 40%. Nessa conta, não estão incluídas as despesas com juros da dívida do governo.
De quanto é o rombo? A Previdência arrecada 354 bilhões por ano. Gasta 451 bilhões. O rombo atual é de 97 bilhões. Faz um ano, o rombo era de 63 bilhões. Por que aumentou tanto, em pouco tempo? Porque mais gente perdeu o emprego. Então, menos gente paga a contribuição do INSS. Mas a despesa continua crescendo.
Esse é o problema no curto prazo. No longo prazo, a despesa cresce porque há cada vez mais gente aposentada, vivendo cada vez menos. O número de pessoas aposentadas em relação ao número de pessoas que trabalha vai crescer cada vez mais. Esse é o problema que se quer resolver.
O problema é mais complicado que isso. E ainda vai dar muita confusão política e pode abalar o governo Temer.