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Políticos com cara de pau mais dura

Comentário de Economia, com Vinicius Torres Freire.

Políticos com cara de pau mais dura Comentário de Economia, com Vinicius Torres Freire.
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Governo, deputados, senadores, burocratas e empresários que gostam dos favores estatais, de Brasília, ainda estão tentando jogar o país de volta nas profundezas da crise. Mas o país até que resiste.
A nova onda de sujeirada e crise política, que começou em maio, não foi capaz de colocar o país de novo em recessão. Era o que se temia. Por enquanto, pelo menos, não aconteceu.
Hoje, a gente viu que o resultado do setor de serviços foi bem melhor do que o esperado. Pela primeira vez em nove trimestres, mais de dois anos, o setor cresceu. Cresceu lá do buraco profundo, mas começou a sair de lá.
No segundo trimestre do ano, indústria e comércio também cresceram um pouquinho, mas bem além do previsto por economistas, uma surpresa boa.
O total dos salários pagos no país aumentou também. Sim, o desemprego é ainda um sofrimento horroroso, mas também está parando de crescer.
Até mesmo as taxas de juros nos bancos começaram enfim a cair. Ainda são, como quase sempre, horrivelmente altas, mas pelo menos voltam ao horror normal, vamos dizer assim.
Os juros começam a ficar bem parecidos com aqueles cobrados lá pela metade de 2013. Com juros menores e renda um tiquinho maior, o peso das dívidas fica menor, na média do país, pelo menos. Com menos dívida, vem um tiquinho mais de consumo. E assim vamos nos arrastando devagarinho para fora do buraco profundo da recessão.
Estamos a salvo? Longe disso. Primeiro, este método de sair da recessão, por meio de juros e inflação menores, é lento e arriscado. Segundo, juros e inflação precisam continuar em baixa. No entanto, políticos em Brasília estão com a corda ainda mais solta e com uma cara de pau ainda mais dura.
O Congresso trata de arrancar favores do governo zumbi de Temer, ainda ameaçado de ser deposto. Pouco ligam para a arrumação das contas do governo. Se continuarem nessa toada, podem jogar mesmo essa pequena recuperação no lixo. Estamos reféns dessa gente.
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