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Pacote de crédito refresca vida de alguns setores

Jornal da Gazeta
O plano foi mais criticado pelo que ele não é do que pelo que ele de fato faz, na prática.
Como a gente já disse aqui no Jornal da Gazeta, a medida com efeito mais direto na vida do cidadão comum pode ser o uso do FGTS como garantia para empréstimos consignados. Você poderá pedir um empréstimo dando como espécie de fiança parte do dinheiro que você tem FGTS. Qual a vantagem? Com uma garantia boa de que não vai tomar calote, o banco pode emprestar mais dinheiro, com taxas de juros muito menores. Para quem está enforcado em dívidas horríveis como cartão de crédito e cheque especial, pode ser uma saída: trocar uma dívida horrendamente cara, com juros de 400% ao ano, por uma dívida com juros de 30%.
Mas essa possibilidade ainda precisa ser aprovada no Congresso.
Outra medida que pode ter impacto na vida do dia a dia é o possível aumento do crédito para compra de imóveis.
Para pequenos empresários, o governo pretende facilitar a vida para quem precisa de capital de giro: isto é, aquele dinheiro para bancar o estoque, pagar o fornecedor etc. Para pegar empréstimo, o empresário pequeno precisa de garantias, que em geral não tem como oferecer, por ter poucos bens, por exemplo. Sem garantias, o empréstimo não sai ou fica caro. O governo vai fazer com que o BNDES ofereça garantias para esse empréstimo. Isto é, se o negócio é bom, o banco do governo banca as garantias que o pequeno empresário não tem. O empréstimo sai ou sai mais barato, com taxas menores.
No mais, a coisa é agricultura ou para empresas maiores, para investimentos em infraestrutura, grandes obras, que estão mal paradas porque o governo não consegue fazer os projetos.
Ou para refinanciar a dívida de quem tomou empréstimo no BNDES para comprar máquinas e equipamentos e agora não tem como pagar.
Enfim, vai refrescar a vida de alguns setores. Pode evitar algumas quebradeiras. Mas a crise continua.