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Não é assim que o País vai sair da crise

Jornal da Gazeta
Juros mais altos diminuem a vontade de investir e consumir. Menos consumo, salários e preços caem, na média. Essa é a lógica.
Como a taxa de juros influenciada pelo Banco Central, a Selic, é o piso dos juros do resto do mercado, quando a Selic sobe, todas as taxas do mercado tendem a subir.
Com os juros em alta, menos gente tende a pedir empréstimo, e os bancos tendem a ser mais cautelosos para emprestar. Como resultado, o total de crédito no Brasil não vai subir este ano, a primeira vez que isso acontece em uma dúzia de anos. Logo, mais um fator para piorar a recessão.
No futuro, se o governo fizer mudanças importantes, a economia vai voltar a crescer. Lá por 2017. Mas não vão ser essas medidas chamadas de "agenda positiva" que vão fazer o país volta a funcionar.
O governo não tem dinheiro nem para pagar as obras das casas populares do Minha Casa, Minha Vida. Está atrasando tudo. Mas quer lançar a nova fase do programa, o Minha Casa 3. Quer lançar um novo plano de reforma agrária. É quase tudo ficção. O governo não tem dinheiro nem para cumprir o mínimo do plano de arrumação de gastos, o ajuste fiscal.
O plano de exportações é outra tentativa de dourar a pílula. Vai ajudar algumas empresas com crédito, mas é muito pequeno. Não vai ser assim que o país vai sair da crise.
Será preciso arrumar as contas do governo, quebradas por Dilma1, baixar a inflação, desvalorizar o real e fazer reformas no modo como a economia e a burocracia funcionam, o que deixou de ser feito na última década.
Mas arrumar a casa vai custar caro, depois de tanta bagunça. Ainda virá aumento de imposto, arrocho de juros, desemprego. E isso só vai funcionar logo se vierem as outras mudanças. Das quais o governo nem começou a falar.