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Mercado de trabalho só deve melhorar em setembro

Comentário de Economia, com Vinicius Torres Freire.

Jornal da Gazeta

"Encontrar emprego "tá osso", como se diz por aí, é morder um osso quase sem carne, quase todo mundo sabe. Mas, devagarinho, começam a surgir algumas oportunidades. Em algumas áreas e regiões está menos difícil do que em outras.

Pelo que vimos no balanço mensal do mercado de trabalho com carteira, a coisa vai melhor, mas devagar. Neste ano, apareceram 204 mil empregos com CLT, em relação a 2017. Mas, antes de a recessão começar, em 2014, apareciam pelo menos 1 milhão de empregos, ano a ano.

Onde está melhor? Por enquanto, os setores que mais se destacam são o de educação, ensino, serviços médicos, hospitais, setor de saúde. Não é apenas emprego para professor e médico. Ainda não se sabe muito bem o motivo, esses setores estão se recuperando mais rapidamente.

Depois, fica mais difícil achar uma área que esteja mais animada. Na indústria, as montadoras, as fábricas de veículos, saem na frente.

Na construção civil, parece que o desastre enfim vai acabar. Mês a mês, o setor parou de demitir. No entanto, em relação ao ano passado, é o setor que mais perde emprego. Deve melhorar um pouco ao longo do ano. Mas não deve fechar o ano em muito mais do que zero de crescimento.

A região metropolitana de São Paulo não parece ter um desempenho muito brilhante. Mas, entre as grandes metrópoles do país, é a que está oferecendo um pouco mais de emprego, junto com Porto Alegre.

Situação terrível mesmo a gente vê em Pernambuco e nos estados próximos, como Alagoas, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte. No conjunto, é a situação mais dramática do país, com perda feia de emprego com carteira, ainda.

O Rio de Janeiro parou de afundar, mas parece com a construção civil. Apenas se estabilizou no fundo do poço, por enquanto.

A melhora é lenta e pouco acelera, desde o início do ano. O salário médio de quem é demitido é baixo, 1.650 reais. O de quem é contratado, ainda menor 1.500.

Se a economia continuar nesse ritmo de recuperação lenta e não der para trás, na média vamos sentir um mercado de trabalho melhor só lá por setembro."

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