Nicolás Maduro prepara grande farsa eleitoral

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Jornal da Gazeta

Prestem atenção. Estamos diante da maior fraude eleitoral da história latino-americana. A fraude vai acontecer na Venezuela, que elegerá em 6 de dezembro um novo parlamento. O parlamento é unicameral, e tem 165 cadeiras. Pois bem, o governo do presidente Nicolas Maduro vetou o brasileiro Nelson Jobim como observador da Unasul. A informação está hoje na Folha de São Paulo. Essa tal de Unasul é uma organização de 12 países do continente, que são simpáticos do regime bolivariano da Venezuela. Mas Maduro não quer saber de Nelson Jobim. Vamos relembrar. Jobim foi ministro da Justiça de Fernando Henrique, e foi ministro da Defesa de Dilma Rousseff. E foi também ministro e presidente do STF, o Supremo Tribunal Federal. Foi Dilma quem o indicou para ser observador. No lugar dele, os venezuelanos querem que a função seja exercida por um ex-ministro argentino, que foi muito amigo do finado Hugo Chávez. Nelson Jobim está em boa companhia. A Venezuela também vetou a União Europeia e a OEA, a Organização dos Estados Americanos. As duas entidades também queriam acompanhar de perto a eleição. Quem também está fora é a Fundação Carter, criada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter, que saiu da Venezuela e disse que não tinha condições de trabalhar. O regime venezuelano é desde agora suspeito de tentar manipular o resultado das urnas. Aliás, no domingo passado aconteceu uma simulação da votação. E o jornal Tal Cual, que é um dos únicos de oposição que o presidente Maduro tolera, disse que o sistema é vulnerável à influência política do governo. A Venezuela deixou há muitos anos de ser um país democrático. Dois dos maiores líderes da oposição estão presos. Maduro está no pico da impopularidade, por causa do desabastecimento e da inflação anual de 240 por cento. Em outras palavras, Maduro tem tudo para perder. Mas poderá ganhar no tapetão. E não quer por perto observadores estrangeiros que testemunhem essa farsa. É assim que o mundo gira. Boa noite.