Em quatro anos, guerra na Síria já matou 220 mil

A Guerra na Síria já dura quatro anos. E já matou 220 mil pessoas.

Jornal da Gazeta

A Guerra na Síria já dura quatro anos. E já matou 220 mil pessoas. A matança de gente já virou rotina. Mas não é mais o modelo clássico de uma guerra civil, com insurgentes internos de um lado, e, do outro, os militares leais ao ditador Bashar Al-Assad. É uma guerra que envolve vizinhos, terroristas, e mais grupos étnicos e religiosos da região. Assad tem um único aliado na vizinhança. É o Irã. O regime xiita dos aiatolás sabe que, se o regime de Assad se desintegrar, o espaço político e militar vai cair nas mãos de forças radicais sunitas. Os terroristas do Estado Islâmico são aqueles que eles mais têm medo. Contra a ditadura da Síria estão agora se unindo a Turquia e a Arábia Saudita. Os dois países acham que os Estados Unidos não têm uma política séria e coerente, e que estão apenas preocupados em bombardear posições do Estado Islâmico no Iraque. Vejam que é muito complicado, mas o importante é agora saber quem está ganhando os combates dentro da Síria. A luta por territórios esteve por meses em ponto morto. Mas Assad sofreu derrotas importantes. Nas últimas semanas, as forças do governo perderam espaço no nordeste e no sul do país. O confronto foi com setores de uma oposição armada meio esquisita. Dentro dela, existem até moderados, que no passado receberam armas dos americanos. Mas existem também combatentes de uma das facções ligadas à Al Qaeda. O próprio Assad admitiu dificuldades, num discurso que fez ontem em Damasco. E para que as coisas fiquem ainda mais complicadas, a Síria está sob a suspeita da ONU e dos Estados Unidos de estar novamente utilizando armas químicas. A Síria já foi punida há dois anos e destruiu, sob supervisão internacional, os arsenais que possuía. Não sei no que é que tudo isso vai dar. Mas sei que não vai ser coisa boa. É assim que o mundo gira. Boa noite.