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No Imposto de Renda, governo teve de ceder

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O Imposto de Renda vai aumentar este ano. Como aliás tem aumentado em todos os anos pelo menos desde 1996. A gente viu que houve aí um arranca-rabo entre governo e Congresso para definir os novos valores da tabela do IR. O governo teve de ceder, porque perdeu completamente o controle sobre a sua coalização, para não dizer que está sendo triturado mesmo pelo PMDB em revolta. Mas o que interessa aqui é o aumento do IR. Como assim, o IR aumenta?
A gente paga Imposto de Renda com alíquotas, porcentagens diferentes, para cada parte do nosso salário, para cada faixa de nosso salário.
Até o ano passado, quem ganhava até R$ 1.787,77 por mês não pagava IR na fonte. Aquelas pessoas que ganham mais do que isso, não pagavam nada de IR até esse valor do salário. Para outras faixas de renda, há alíquotas de 7%, 15%, 22,5% e 27,5%. Para cada pedaço de nosso salário, pagamos porcentagens diferentes de imposto.
Pois bem. Houve um reajusta da tabela do IR. O governo queria apenas um reajuste geral de 4,5%, abaixo da inflação. Como os salários vinham subindo em média mais do que a inflação, o salário de mais gente passou a entrar na faixa em que é preciso pagar imposto. Para quem ganha mais, partes maiores do salário passaram a pagar mais imposto.
O governo foi obrigado a ceder. A faixa de rendimentos isentos, livre de imposto, foi reajustada em 6,5%. Em vez de isenção até 1.868,22, a isenção vai para 1903,98. No entanto, se uma pessoa ganhava um salário exatamente no valor da isenção em 2014 e teve um reajuste salarial de meio por cento além da inflação, já passa a pagar imposto este ano.
As faixas de renda tributável seguintes tiveram reajustes menores. Como todos esses reajustes ficaram abaixo da inflação de 2014, na prática o imposto aumentou mais para quem ganha mais
Neste ano apenas, a diferença acaba não sendo lá muito grande, de duas dezenas de reais de imposto a mais, se tanto, para a média dos brasileiros. Para o governo, faz diferença, de bilhões, ainda mais para um governo que está na pindaíba, depois do governo de Dilma 1. Poderia ser feita correção melhor? Poderia, se o governo não estivesse numa desordem. Ainda assim, o IR é um imposto menos injusto num país de impostos muito errados.
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