Horror e vergonha misturam-se em Auschwitz

Auschwitz é uma das grandes vergonhas da humanidade.

Jornal da Gazeta

Auschwitz é uma das grandes vergonhas da humanidade. Nesta terça-feira, completam-se 70 anos que esse campo de concentração foi libertado pelo Exército da União Soviética. Ali foram mortas um milhão e 100 mil pessoas. O campo foi construído na Polônia ocupada pelos alemães. Servia em 1940 para judeus e militantes da oposição polonesa. A imagem de Auschwitz é um horror que corresponde à verdade. Mas apenas a uma parte da verdade. Os campos de concentração não serviam apenas para o matar judeus. Eles funcionavam também como unidades de produção. Como a população masculina do Terceiro Reich tinha sido recrutada pelo Exército, as fábricas precisavam de mão-de-obra para funcionar. Foram as indústrias alemãs que construíram os campos de concentração. E quem trabalhava neles eram os perseguidos pelo nazismo. Eles trabalhavam como escravos. O nazismo perseguiu judeus. Matou mais de seis milhões. Mas o nazismo ainda perseguiu comunistas, socialistas, ciganos e homossexuais. Eram todos internados, em condições precárias de nutrição e de higiene. Vocês conhecem a jovem holandesa chamada Anne Frank, autora de um conhecidíssimo diário. Ela era judia e não chegou a ser mandada para as câmaras de gás. Morreu em Auschwitz de tifo. Os alemães mataram judeus dentro e fora dos campos de concentração. Os judeus da Ucrânia eram assassinados com um tiro na nuca, ao lado de valas comuns em que os cadáveres eram atirados. Foram velhos, mulheres e crianças. O holocausto foi judaico. Mas também foi uma operação hedionda de eliminação física de prisioneiros de guerra, de dissidentes, de militantes da esquerda. Na entrada de Auschwitz havia a inscrição: "Arbeit macht frei". O trabalho liberta. Era humor negro dos canalhas nazistas. Ninguém queria libertar coisa nenhuma. Era a intolerância, a fúria homicida. Estamos diante de um dos maiores horrores da história. É assim que o mundo gira.

Horror e vergonha misturam-se em Auschwitz

Veja também

SP vai abrir consulta pública do Plano de Segurança Urbana

Presidente do STF faz balanço dos seis meses de atuação da corte

Resultado da Conferência da ONU dos Oceanos faz alerta pela nossa sobrevivência