Governo Temer e o 7 de setembro: mais erros e ruídos para imagem

Comentário de Política, com Bob Fernandes.

Jornal da Gazeta

Março de 2014. Dilma critica documentos apresentados pela Petrobras sobre a compra da refinaria de Pasadena. Um grave erro da Comunicação.

Ao cometê-lo, e num ano eleitoral, Dilma atraiu para si o escândalo da Petrobras e suas futuras consequências políticas.

31 de Agosto, 2016. Dilma acaba de ser derrubada da presidência. Temer, presidente, diz que não aceitará ser chamado de "golpista".

Três dias depois, já na China, Temer opina: os protestos contra ele Brasil afora são "inexpressivos". Coisa de "40, 50 ou 100" pessoas "que quebram carros".

No dia seguinte, em São Paulo, 100 mil pessoas protestam. Da Paulista ao Largo da Batata, o coro: "Fora, Temer" e "golpista".

Sete de setembro. No Desfile, em Brasília, novamente o coro: "Fora, Temer...golpista".

Tem quem prefira registrar só aplausos e menosprezar as vaias. Inclusive no governo. Eliseu Padilha, Chefe da Casa Civil, respondeu, ironizando: "São 18 pessoas em 18 mil".

Padilha comete o mesmo erro dos que menosprezaram os atos contra Dilma.

Bem informado, Padilha sabe que neste 7 de Setembro aconteceram protestos em 19 estados.

Fatos à parte, mais um nessa sequência de graves erros na Comunicação. E isso com uma semana de governo oficial.

Comunicação de massa, como mostra a História, é fator decisivo. Mesmo o que a princípio parece ser pequeno erro pode custar muito.

Em Maio, imagens inaugurais do governo, levaram a carimbos: um deles, o da misoginia, de um governo só de homens.

Na guerrilha da Comunicação com as massas, e nesse contexto, munição para os adversários a frase "Bela, recatada e do lar".

Frase numa reportagem, que assim definiu Marcela, casada com Temer. Frase produzida à revelia do governo e sua comunicação oficial.

Mesmo pequenos gestos importam. Por isso seria importante também o Cerimonial da Presidência não se descuidar.

No desfile desse 7 de Setembro, da saída do carro oficial até a entrada do palanque, Temer esteve sempre dois passos à frente. E não ao lado de Marcela.