Governo federal corre atrás do ajuste fiscal

O objetivo era evitar uma crise ainda mais rápida e violenta no país.

Daqui a pouco, a gente chega na metade do ano. Até agora, na economia, o governo praticamente fez uma coisa só, e olhe lá: tentou aprovar um plano de reduzir gastos e aumentar a receita de impostos. O objetivo era evitar uma crise ainda mais rápida e violenta no país.
As coisas vão ser muito diferentes, no resto do ano, no governo e na economia? Vão, mas não vai acontecer grande coisa.
O governo vai acabar de aprovar o plano de arrumação das suas contas que mandou para o Congresso, nos próximos dias. Depois, vai implementar os cortes. O que vai causar ainda muita chiadeira. No que sobrar do ano, vai tentar apresentar um plano para fazer o país andar um pouquinho.
Isto é, o plano de concessões de estradas, aeroportos e ferrovias para empresas privadas. Mas o plano não deve andar neste ano, pois falta tempo e falta dinheiro e empresas para tocar a coisa adiante, em parte porque as empreiteiras estão muito envolvidas em escândalos de corrupção e muitas estão quase quebradas. Logo, o plano de entrega de obras para a iniciativa privada começa a andar mesmo no ano que vem. E no final do ano, o governo começa a apresentar o plano de corte de gastos para o ano que vem.
No lado da economia real, a produção e o emprego vão continuar diminuir. O segundo trimestre deve ser o pior do ano. Mas as coisas não começam a melhorar a partir de julho. Apenas param de piorar. Alguma melhora deve ser sentida a partir de setembro.
As previsões para a recessão deste ano estão piorando. O governo fala em recessão de pouco mais de 1%. Mas a economia deve encolher quase 2% neste ano, o pior resultado em quase um quarto de século. No ano que vem, o país volta a crescer um pouquinho. Quanto? Por enquanto, é difícil acreditar muito em previsões, pois 2016 está longe. Mas, por ora, as previsões são de que, no ano que vem, a economia cresce, mas não o bastante para retomar o terreno perdido em 2015.
Vai ser uma travessia longa e difícil.