Gilmar Mendes e o "bolivarianismo"

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A justiça dos EUA vai investigar o escândalo na Petrobras. Isso porque a empresa tem ações na bolsa de Nova York.

Além do PT, que é governo e manda na Petrobras, todos os grandes partidos são citados nos vazamentos.

Há sempre a tendência de acordão no território da Política e, em especial, em relação às empreiteiras e bancos. Que, se fatos confirmarem vazamentos, estariam envolvidos.

A gincana com nomes de políticos prossegue. Em ritmo menor depois que o escândalo perdeu a utilidade eleitoral. Mas nota-se certo silêncio estridente.

Silêncio em relação à dúzia de empreiteiras e aos bancos citados nos vazamentos seletivos.

No nosso Supremo, o "Domínio do Fato" prosperou macunaímico. Regurgitada às pressas, a teoria alemã produziu a tese do "em dúvida encane-se o comandante".

O ministério público tem agora a oportunidade de oferecer delação premiada a dirigentes de empreiteiras e bancos e ir subindo de andar... É de se ver até onde isso irá.

No Supremo, o ministro Gilmar Mendes diz temer o "bolivarianismo". Isso porque até 2018 a presidente Dilma poderá indicar seis ministros para o Tribunal.

Gilmar Mendes parece não lembrar que chegou ao Supremo tendo sido Advogado Geral da União no governo Fernando Henrique; como Dias Toffoli foi no governo Lula.

Em 2008, em companhia do senador Demóstenes Torres, Gilmar Mendes chamou Lula "às falas" por conta de um grampo que não existia.

Isso no caso Satiagraha, quando se cobrou a cabeça do diretor da ABIN, Paulo Lacerda, há quem jamais pediram desculpas.

Antes do julgamento do chamado "Mensalão" Gilmar Mendes chamou de "quadrilha" a cúpula do PT. E não se colocou como impedido depois de prejulgar.

Ao manifestar "temor" quanto a futuro "bolivarianismo" do Supremo, o ministro lança suspeita sobre atuais e futuros colegas.

Curioso é que, na prática, Gilmar Mendes tem sido dos mais ou o mais engajado ministro do Supremo.
O mais próximo dessa imagem que se popularizou como "bolivariano".