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Falta emprego para quase 28 milhões de brasileiros

Comentário de Economia, com Denise Campos de Toledo.

Falta emprego para quase 28 milhões de brasileiros Comentário de Economia, com Denise Campos de Toledo.
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A taxa de desemprego já chegou a um nível bem mais alto que o atual. Em março de 2017, o Brasil tinha 14 milhões de desempregados. No fechamento do segundo trimestre deste ano eram 13 milhões. Mas isso, nem de longe, significa uma melhora mais expressiva, inclusive, porque a composição do mercado de trabalho anda piorando bastante.

Até as contratações com carteira assinada diminuíram. Os últimos dados do IBGE apontam para uma subutilização maior, com mais gente na informalidade, trabalhando por conta própria, fazendo bicos e o pior, um número recorde de desalentados, das pessoas que desistiram mesmo de procurar uma vaga, diante das dificuldades que vêm enfrentando, por saber que a situação está muito complicada.

É um dado a ser observado com atenção, porque reflete as condições do País. A economia brasileira não teve o impulso que se esperava em termos de crescimento. O clima é meio de frustração. Só isso já atrapalha bastante qualquer reação mais firme do emprego. Se previa uma expansão da atividade de até 3% este ano. As projeções mais recentes indicam menos de 1,5%.

Há possibilidade, até, de a economia ter tido uma contração no segundo trimestre, com a greve dos caminhoneiros, como indicou o IBC Br, que é a prévia do PIB do Banco Central. O dado oficial, do IBGE, só sai no final deste mês. E ainda estamos perto das eleições, o que gera incertezas, muita expectativa.

Sem saber ao certo o que esperar da gestão da economia, a partir do ano que vem, os empresários acabam adiando as decisões de investimento e, também, de contratação. Daí esses números ruins do mercado de trabalho, que podem até melhorar daqui para o final do ano, mas nada que provoque uma alteração mais significativa das condições do emprego, em geral. Isso só deve acontecer se o próximo governo conseguir estabelecer um clima de maior confiança, que estimule a retomada dos investimentos.

São os investimentos, empresariais e em infraestrutura, que poderão alavancar um crescimento mais acelerado da economia, mesmo com a necessidade de um aperto pesado nas finanças públicas. Boa noite.
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