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Falta compromisso dos candidatos com ajuste fiscal
Comentário de Economia, com Vinicius Torres Freire.

Jornal da Gazeta
O que houve?
A alta do dólar e a alta das taxas de juros no mercado de atacadão de dinheiro, entre transações entre grandes bancos, por exemplo. Essas taxas de juros são o piso do mercado, o preço de referência. Quando elas sobem, fica mais caro ou arriscado para uma empresa grande tomar empréstimo ou investir.
Desde julho, as taxas vinham subindo. Com a alta do dólar, subiram mais em agosto. Continuam subindo em setembro. Por quê? Metade dos motivos, pelo menos, é problema aqui no Brasil. Os de sempre, o governo quebrado e sem perspectiva ainda de que seja de fato consertado depois da eleição.
Por que não seria? Por que os credores do governo e investidores em geral acham que pode ganhar um candidato que não esteja comprometido em arrumar as finanças do governo e do país, ou que não seja preparado para fazer tal coisa.
Enquanto persistir tal indefinição, os juros devem ficar altos ou em alta, talvez até para o consumidor de varejo. Para diminuir esse risco, é preciso que os candidatos falem claro e se comprometam em evitar que o governo federal quebre como o Rio de Janeiro quebrou.
Quando isso será definido? Talvez nem depois da eleição, no final de outubro, se houver segundo turno. Quanto mais tempo demorar, mais problema na economia real.
O que precisa ser dito? O que o candidato vai fazer com o gasto da Previdência, que cresce muito mais do que o país e do que a receita do governo? O que o candidato vai fazer para tapar o rombo nas contas do governo, no curto prazo? Que combinação de corte de gastos e aumento de impostos vai propor?
Isso é o básico e essencial que um candidato deve dizer ao país inteiro.