Estão surgindo sinais de vida na economia

Comentário de Economia, com Vinícius Torres Freire.

Jornal da Gazeta

As vendas das lojas do Estado de São Paulo cresceram. O comércio faturou mais em junho deste ano do que no mesmo mês do ano passado.
Mesmo? Quem está comprando, o telespectador pode perguntar. Mas o fato é que vendeu, 2,2% mais. Parece pouco, mas, nos últimos 15 meses, as vendas no comércio haviam subido apenas 1 vez.
Em setembro do ano passado, as vendas chegaram a cair 12%, uma desgraça. Os dados são da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Note-se que o comércio paulista é um negócio grande, de R$ 570 bilhões por ano.
Quem sustenta essa alta? Farmácias, supermercados, principalmente. Onde está a tristeza, ainda? Principalmente nas vendas de carros e eletrodomésticos.
As vendas nas concessionárias de veículos caem 32% em relação ao que se faturava no primeiro semestre de 2012, ano ainda bom de negócios; nas lojas de eletrodomésticos e eletrônicos, caem 34%. Um terço de vendas perdidas. Um horror. O nível geral de vendas do comércio paulista regrediu ao que era em 2010, no período pré-Dilma
Esse crescimento de 2% parece até bom demais, dada a situação. O desemprego aumenta, a média dos salários ainda diminui cada vez mais rápido, há menos crédito na economia. No entanto, a confiança dos consumidores vêm crescendo, lentamente, desde a virada de 2015 para 2016.
Há mais sinais de vida na economia. A indústria cresce muito devagarinho, mas cresce, vimos hoje. A construção civil começa a despiorar. O investimento em novas máquinas e fábricas e obras começou a crescer muito lentamente no segundo trimestre.
O pessoal da Fecomércio acha que termina o ano no zero a zero: quer dizer, em 2016, não perde mais faturamento, na média. E
Em 2015, o faturamento ainda caiu mais de 6%. Os juros na praça talvez comecem a cair a partir de outubro.
Tudo muito devagar. Se tudo der certo, vamos levar uns três anos recuperando o prejuízo. Enfim, pra tudo dar certo muito dependemos do que vai sair da lamaceira da política.

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