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Dólar a R$ 3,95 encarece até bife e óleo de soja

Como sempre, o termômetro mais "pop", mais conhecido é o dólar, que foi hoje a R$ 3,95.

Dólar a R$ 3,95 encarece até bife e óleo de soja Como sempre, o termômetro mais "pop", mais conhecido é o dólar, que foi hoje a R$ 3,95.
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Imagine que você deixou uma panela de leite no fogo. Que o leite ferveu e se derramou no fogão. Imagine que você não consegue apagar o fogo. Pois então. Faz quase dois meses, o fogo do mercado financeiro está ainda mais forte, o leite está derramando e não há sinal de que alguém consiga desligar o gás. Não é impossível, claro. Mas, por ora, como a gente viu hoje no mercado, a coisa está assim. O leite está derramando porque ninguém acredita que a dívida do governo vai parar de subir muito rápido.
tivemos outra notícia terrível sobre as contas do governo, a arrecadação de impostos de agosto, que caiu muito. A receita do governo vem caindo cada vez mais rápido desde o início do ano. Agosto confirmou essa aceleração. Sem receita e sem conseguir aprovar o seu pacote de dinheiro extra no Congresso, a dívida sobe. Quando o credor vê seu principal devedor ficar endividado, cobra mais juros ou não empresta. É isso o que está acontecendo.
Como sempre, o termômetro mais "pop", mais conhecido, dessa situação é o dólar, que foi hoje a R$ 3,95. Falta pouco mais de 1% para ir a R$ 4. Isso já é um problema. Como a gente sempre explica aqui, dólar subindo muito e rápido demais encarece o preço de um monte de produtos, até do bife e do óleo de soja. Inflação maior reduz o poder de compra e assusta as pessoas, que compram ainda menos. Inflação maior vai impedir o Banco Central de baixar os juros sobre os quais têm algum controle, de negócios de curtíssimo prazo. Com juro alto demais, a economia vai travando.
Mas há outras taxas de juros negociadas entre as grandes instituições financeiras do mercado, as taxas de negócios, empréstimos, mais longos. Elas dispararam ontem, outra vez. Essas taxas, negociadas entre bancos, por exemplo, são uma espécie de piso do mercado. Se elas sobem, sobe ainda mais o custo de um empréstimo para as empresas. Os negócios nos bancos quase não crescem. Com juros ainda mais altos, vão regredir. Assim, a recessão se aprofunda.
Se o governo não arrumar um pouco de crédito, de confiança que vai colocar a mínima ordem em suas contas. A panela do leite vai ferver e queimar.
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