“Diretas Já” invisível, e a barbárie: no Pará contra os Sem-Terra e na Cracolândia.

Comentário de Política, com Bob Fernandes.

No final de uma semana marcada por conflitos, multidão dominical se manifestou em paz.
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Em Copacabana sob neblina, movimentos sociais, partidos de esquerda, e dezenas de milhares de manifestantes.
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Ampla Coalisão. Cantoria de Caetano Veloso, Criolo, Milton Nascimento, Oto, depoimentos de atores, atrizes, cantoras, cantores.
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Sem o chamariz da cobertura midiática na véspera, sem imagens aéreas ou transmissão direta. E com a seguinte manchete no registro televisivo do evento:
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-Manifestação (...) pela saída de Temer e contra reformas trabalhista e da Previdência...
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...Não. A manifestação foi pelas "Diretas já" e pelo "Fora Temer". Convocação vista por milhões nas redes sociais.
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Fingem não ver e ouvir "Diretas Já" os que buscam fazer o sucessor. Do Temer antes tornado presidente, agora tornado Zumbi.
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Manifestação sem tropas ou "baderna". Sem aqueles fortões infiltrados que, estranhamente, Serviços de Inteligência nunca identificam e prendem.
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Manifestação sem tiros, em Copacabana. Tiros que sobraram em Pau d'Arco, sudeste do Pará.
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Assassinados 10 sem-terra, 7 da mesma família. Nas manchetes, o de sempre: "Sem-Terra mortos em confronto com a Polícia". Como "Confronto"?
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Vinte e quatro policiais dizem ter sido recebidos a tiros. Todos estão vivos. Dez sem-terra foram mortos, além dos feridos.
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Conclusão: Tex Willer e Durango Kid estavam ao lado da polícia e ninguém entre os sem-terra sabia atirar.
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Policiais retiraram os corpos antes de feita a perícia. Por quê? Porque assim se contamina a cena do crime e se dificulta a investigação. A ONU condenou o que chamou de "chacina".
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A ONU condenou também o "uso excessivo da força" pelas PMs...Isso na manifestação em Brasília e na desocupação da Cracolândia, em São Paulo.
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O vício do crack é dificílimo de ser enfrentado.
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Décadas de experiência mundo afora e a ONU recomendam: somente ações planejadas e integradas, de médio e longo prazo, conseguem reduzir danos.
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Em resumo, só existem duas escolhas na tragédia do crack: tratar ou matar. Respeito mínimo aos que já são doentes, ou a barbárie.