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Dilma e Marina ainda devem explicações sobre Petrobras e palestras sob sigilo

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O ex-presidente Fernando Henrique é um homem equilibrado. E FHC abriu o verbo sobre o que é a política na real.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, num encontro com megaempresários o ex-presidente disse algo que espanta ou choca quem vê a política com lirismo ou ilusões:

-Vamos ser francos. Estamos aqui para apelar, e eu apelo mesmo...- disse FHC.

"Apelar", tenha o sentido que tiver, é parte do jogo de poder desde sempre. O resto é teatro.

Enquanto Aécio busca oxigênio novo, observemos ações de quem segue na dianteira, Dilma e Marina.

Na desconstrução de adversários, no momento Dilma visa Marina.

Menos conhecida, enquanto também bate fazendo de conta que não, Marina trata da construção de imagem abonadora, da quase lenda santificadora sobre si mesma.

A construção da Marina lendária busca valorizar a persona "do bem" enquanto, ao mesmo tempo, tenta escapar ao rol de contradições.

Já Dilma ensaia um "paz e amor" para diminuir resistências, e tenta se afastar do escândalo da Petrobras.

Sejamos claros: Dilma tem, como cobrou Marina, responsabilidade política no escândalo da Petrobras. Não responsabilidade pessoal, mas política. Isso é um fato.

Como é fato que Marina deve explicações quanto a clientes que a ela teriam pago R$ 1,6 milhão por 72 palestras nos últimos três anos.

Alegar que Fernando Henrique e Lula também mantém sob sigilo o pagamento de suas palestras é sofisma. Além do fato de eventual erro não justificar outros.

FHC e Lula são ex e não candidatos a presidente. Manter em sigilo quem pagou por 72 palestras é carregar 72 riscos de crise para a presidência.

Imaginem o vazamento de clientes, a conta-gotas, em meio a embates inevitáveis no exercício da presidência?

Basta a Marina pedir que seus clientes autorizem o fim do sigilo.

Não por dúvida em relação à integridade pessoal de Marina, mas para tornar fato concreto a promessa de "transparência" e do "novo".
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