Demora no ajuste fiscal provoca incerteza

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As contas públicas estão com saldo positivo. Em termos percentuais dá impressão que está tudo bem. O setor público já garantiu 28,5% do que precisa pra chegar à meta de 1,2% do PIB. Só que, na composição das contas, a situação não é tranquila. O governo central, mesmo reduzindo as despesas, só alcançou 9% do previsto, porque a receita anda comprometida pelo baixo crescimento da economia. Apesar do aumento da carga de impostos, a arrecadação não avança. Por outro lado, os Estados, que estavam indo bem no começo do ano, voltaram a ficar com as contas no vermelho em março. E várias medidas que podem ajudar a garantir o superávit previsto para o ano continuam enroscadas no Congresso, em meio à toda disputa política com o governo e até entre a Câmara e o Senado. Tudo isso, claro, gera maior incerteza quanto ao cumprimento da meta de ajuste fiscal. Ajuste importante pra melhorar a imagem do Brasil, evitar um rebaixamento da nota de avaliação de risco. Não que a economia vá crescer só por causa do ajuste. mas sem ele a situação fica mais complicada. O País pode ser rebaixado na avaliação de risco, pode perder investimentos, aumenta a instabilidade do mercado, a confiança dos empresários diminui ainda mais. Daí o empenho da equipe econômica, em particular, do ministro Levy, em fazer o ajuste. Foi pra isso que a presidente Dilma acabou abrindo mão de muitos pontos que defendia na condução da economia. Se o ajuste ficar ameaçado o governo pode recorrer a novos aumentos de impostos ou corte de investimentos, elevando o custo em termos de atividade. Quanto mais tempo essa história se arrastar mais tempo vai levar pra economia retomar o crescimento. Eu volto na segunda. Bom feriado.