Chico City, powerpoint, palavras cabais, procuradores, Lula, e delação premiada

Comentário de Política, com Bob Fernandes.

Jornal da Gazeta

E reescrever, como paródia, o bordão do personagem Valfrido Canavieira: "Palavras são palavras, muito mais que palavras".
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Na apresentação da denúncia contra Lula o procurador Henrique Pozzobon usou as seguintes palavras:
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-(...) Não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário...
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Já o procurador Dallagnol valeu-se da palavra "convicção" por três vezes. A denúncia-show apresentou PowerPoint com "convicções", mas não "provas cabais".
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Por isso, embora separadas na origem, "provas cabais" e "convicção" foram espalhadas como se ditas numa só frase.
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O deboche nas redes sociais cobrou explicações. No twitter, Dallagnol negou a frase editada.
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Mídias, com textos sem assinatura, tentaram separar as palavras. Em vão. Restará sempre no fraseado a confissão da ausência de "provas cabais".
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Lula prometeu "ir a pé para a prisão" se existir "prova" contra ele.
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Mas faltaram palavras para explicar por que empreiteira pagou mudança e armazém para suas "tralhas".
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Já procuradores usaram palavras e dados que não poderiam usar. Manchete da Folha: "Denúncia contra Lula usa dados de delação cancelada".
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Delação cancelada foi a de Léo Pinheiro, da OAS.
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Para caracterizar corrupção, informou a Folha, procuradores usaram delação de Léo como gambiarra.
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Que não teria valor legal exatamente porque a delação não existiu, cancelada no ensaio.
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Na delação cancelada Léo Pinheiro falaria também de propinas de R$ 23 milhões que teriam sido pagas no governo Serra. Citaria ainda o governo Aécio.
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Palavras podem não dizer de imediato tudo que há e é. Eduardo Cunha tem prometido livro com palavras e fatos.
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No "Estadão" Cunha lançou suspeições sobre Moreira Franco, homem forte de Temer. Disse esperar que Temer termine o mandato, mas vê "dificuldades" para tanto.
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Cunha diz que o "Plano de Concessões", tocado por Moreira, pode atingir Temer, e cita o "Porto Maravilha"... Por ora Porto do Rio, não o de Santos.
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Em tempo: Valfrido Canavieira era prefeito desonesto de Chico City.