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Cenário de horror se a Grécia sair do euro

Jornal da Gazeta
A Grécia deve quase duas vezes o tamanho de sua economia. Para conseguir novos empréstimos, os credores exigem que o governo corte mais gastos e uma reforma liberal de sua economia muito primitiva.
No sábado, o governo de esquerda, eleito em janeiro, rompeu as negociações. Quer diminuir o arrocho, que chegou a um nível irracional, pois a Grécia não cresce. Nem arrochando os cintos o governo vai conseguir pagar a dívida. Mas os credores não querem ceder a um governo de esquerda e querem que a Grécia sirva de exemplo.
Se a Grécia quebrar e sair do euro, agora não deve acontecer grande confusão na economia mundial. Mas num mundo em crise, qualquer confusão é ruim.
No médio prazo, pode ser pior. Outros países mais pobres que usam o euro como moeda podem ficar sob suspeita de que podem dar calote e sair do euro também. Assim, esses países vão receber menos investimentos, crescer menos e podem entrar em nova crise. Logo, se a Grécia sair do euro, a Europa fica mais fraca e sujeita a crises. O que é péssimo para o mundo inteiro.
O problema maior agora é que o caso grego chegou a um ponto sem volta se não houver grande mudança. Os bancos da Grécia estão quebrados. Não têm como devolver o dinheiro que os clientes depositaram lá. Por isso, estão fechados. Sem bancos, economias não funcionam.
Os bancos só podem reabrir se o Banco Central da Europa voltar a emprestar dinheiro para eles. Isso só vai acontecer se o governo grego negociar o acordo que rejeitou no sábado. Ou seja, essa opção de voltar a negociar praticamente exige a queda do governo grego, o que evitaria apenas parte do caos.
A opção é o governo grego sair do euro. Voltar a imprimir de novo seu próprio dinheiro, a dracma, para tapar seu próprio rombo e o dos bancos. Então haverá desordem, pânico, falências e inflação. Um horror.