Análises dos generais nos quartéis. Nas ruas e redes, berros e slogans fascistas.

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Jornal da Gazeta

Em vídeo conferência para reservistas, em setembro, o comandante do Exército, Eduardo Villas Boas, abordou um risco de "crise social" e opinou:
-Nesse contexto nos preocupamos porque passa a nos dizer respeito diretamente.
O general Antonio Mourão, comandante do III Exército, também em palestra para reservistas defendeu o "despertar para a luta patriótica".
Depois, ao G1, Mourão disse que tratava não de "convocação", mas de análise dos seguintes cenários: "sobrevida" do governo, "queda controlada", "renovação" ou "caos".
Tulio Milman, da Zero Hora, relatou a palestra de Mourão. A Folha, a do general Villas Boas.
Jânio de Freitas, jornalista, tem abordado tais falas e significados em meio a um faz-de-conta- que-ninguém- disse-nada.
O que nos ensina a História? Que a República nasceu de levante militar e político em 1889; em 126 anos, outros 3 golpes e meia dúzia de tentativas.
Os escassos 30 últimos anos são o mais longo período democrático da nossa história.
Cabe à Política digerir necessidades vitais da sociedade, e metabolizar equívocos e erros na construção da democracia mais sólida possível.
O que se vive, ao contrário, é a Política da mútua avacalhação. Na disputa pelo Poder, os que deveriam ser grandes se apequenam.
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Terminam por encurralar quase tudo num mundo binário. De um lado, porque comum aos demais, ainda a recusa a se admitir erros políticos e morais inaceitáveis.
De outro lado, como visto em seguidas agressões nas ruas, recintos, redes e mídias, os fomentadores do fascismo de sempre.
Grupos apropriam-se da bandeira, hino, cores, e alardeiam clichês dos sem-noção. Com empáfia e pretensão impulsionadas por profunda ignorância.

Diante de qualquer câmara ou microfone, berram slogans que se ressentem não de razões, que existem e são muitas, mas de Razão.

Só eles e elas são a "Pátria", a "Pátria" é só deles. Os servos devem ser mantidos em seu lugar. Ou expulsos.
Com esses, seja em qualquer latitude e longitude ideológica, não se faz um país democrático.