Compartilhe
As projeções econômicas no governo Bolsonaro
Comentário de Economia, com Denise Campos de Toledo.

Jornal da Gazeta
Ser empresário no País deve ficar mais fácil, como diz o presidente. Agora é ver como tudo isso vai funcionar na prática. Qual o real espaço político pra se levar adiante esta agenda, fora e dentro do governo. Bolsonaro, no histórico como deputado e mesmo em alguns comentários mais recentes, deixa em aberto possíveis restrições em relação às reformas e privatizações. Propostas que devem enfrentar resistência da sociedade, do funcionalismo, de políticos e até da Justiça. Basta ver as manifestações, votações e guerra de liminares de iniciativas nesse sentido, nas várias esferas de governo.
Por mais que o novo presidente conte com forte apoio popular e tenha ocorrido uma ampla renovação do Congresso não dá pra saber o quanto isso irá colaborar no encaminhamento da agenda. Até mesmo eleitores, por mais que o apoiem, podem não endossar propostas que mexam em temas como aposentadoria.
Agora, as mudanças são urgentes. Tanto para tirar as finanças públicas do vermelho, situação que deixa o governo sem espaço até para adoção de medidas de estímulo à retomada econômica, como para garantir maior confiança dos agentes econômicos e do mercado, que pode facilitar bastante o andamento da economia.
Muitas empresas têm caixa e projetos de expansão, inovação, e aguardam apenas uma maior segurança quanto às perspectivas da economia. O mercado, impaciente, também espera a definição da agenda. Qualquer frustração pode levar a reações negativas, com implicações sobre a economia. Não adianta menosprezar essas reações, atribuindo à especulação ou busca por mais lucros, porque têm impacto concreto. É o que acontece, por exemplo, quando o dólar sobe muito.
O novo governo tem uma oportunidade enorme de executar as mudanças necessárias para colocar a economia nos eixos. É torcer para que consiga.