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Após carnificina de 29 dias, paz em Gaza está muito distante
Comentarista de Política Internacional do Jornal da Gazeta, João Batista Natali comenta os conflitos na faixa de Gaza.
E também assumiu Kosovo e Timor Leste, antes da independência desses dois territórios. Na semana passada, com um palavreado um pouco mais vago, Israel sugeriu a entrega de Gaza a uma administração internacional. Ela teria como tarefa a reconstrução dos estragos materiais que os próprios israelenses provocaram. E, como pano de fundo, deveria confiscar os arsenais dos extremistas. É difícil imaginar que o Hamas concorde com isso. O grupo muçulmano de extrema direita precisa de muito sangue para sobreviver. Sangue palestino e sangue israelense. Embora seja sunita, ele se aliou agora aos xiitas do Hizbollah, que atuam no sul do Líbano, e têm um histórico de atritos com Israel. Os Estados Unidos têm hoje um poder de pressão muito pequeno sobre o aliado israelense. E o Hamas não se sujeita à pressão de ninguém. Está agora moralmente fortalecido, pelo mais rápido crescimento dos cemitérios na história recente do Oriente Médio. Trocando em miúdos, a paz não está fácil. E ainda está muito distante. É assim que o mundo gira. Boa noite.