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Desvendado um amor platônico de João Paulo 2º

Jornal da Gazeta
Pois bem, ele conheceu Anna-Teresa Tymieniecka quando era arcebispo de Cracóvia. Ela também era polonesa. Emigrou para os Estados Unidos, casou-se e teve três filhos. Ela e o marido tinham uma casa de campo. Pois o futuro papa chegou a visita-los. Há fotografias dele, em refeições ao ar livre com a família. Em 1978, a igreja o escolheu como sucessor de João Paulo 1º. O papa polonês fez questão de manter a amizade com Anna-Teresa, que era professora de filosofia nos Estados Unidos. A correspondência entre os dois foi vendida há oito anos a uma biblioteca da Polônia.
Esses documentos não estavam disponíveis para o público. A BBC ficou sabendo, procurou e achou. O detalhe importante é que o amor é apenas insinuado. O papa e Anna-Teresa não falam em contato físico, em alguma coisa sexual. Eu pergunto então se esse detalhe biográfico faz de João Paulo 2º um homem melhor ou pior do que ele foi? A resposta é: não muda nada. Mas vejamos o celibato dos padres. Até há quase mil anos, não podiam se casar apenas os padres que viviam fechados nos mosteiros. Fora desses mosteiros existiam padres casados. Mas já havia uma recomendação em favor do celibato, esboçada no concílio de Niceia, no ano 325. A proibição virou lei no século 11. Em 1963, com o Concílio do Vaticano, o então papa, João 23, disse que a Igreja poderia decidir sobre tudo. Inclusive sobre o voto de castidade dos padres. Mas o concílio decidiu que padre não podia namorar, não podia casar. Essa proibição foi reforçada em 1967, com uma encíclica de Paulo 6º. Não me perguntem se a Igreja Católica tem razão. Eu não sei. Deixo a resposta para vocês. É assim que o mundo gira. Boa noite.