136 mortos e esquartejados e a plateia ainda aplaude, ainda pede bis

Na penitenciária de Alcaçuz, região de Natal (RN), 26 mortos em rebelião de presos. Muitos decapitados, esquartejados.

Na penitenciária de Alcaçuz, região de Natal (RN), 26 mortos em rebelião de presos. Muitos decapitados, esquartejados.
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Nos primeiros 14 dias do ano, 134 mortos em presídios. Brasil afora 622 mil presos - 40% deles sem culpa formada.
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É óbvio que o Estado perdeu o controle dos presídios. É obvio que o governo federal não tem solução alguma para o gigantesco, gravíssimo problema.
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O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, que não deveria estar no cargo, anuncia planos nos quais ninguém acredita. Nem ele.
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Inexiste combate ao esquema financeiro do crime organizado. As facções se multiplicam, ampliam conexões com o crime organizado de outros países.
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Tudo isso é já sabido, óbvio, mas cresce e avança o espetáculo do horror e barbárie nos presídios. Por quê?
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Porque os mortos, sejam presos, seja nas ruas, são quase sempre pobres, quando não miseráveis. São quase sempre pretos, jovens, das periferias ou guetos.
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A começar pelas maiores capitais, São Paulo e Rio, quem manda? Quem tem o poder de Vida ou Morte em periferias ou guetos?
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Resposta óbvia: o crime organizado, já em estágio pré-Máfia. Quem manda são as facções, e seus aliados; tantas vezes das forças de segurança, do próprio Estado.
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Por razões como estas, e já há décadas, grande parte do país obedece ao toque de recolher ao anoitecer. Tão óbvio, tão incorporado, se convive com isso como se fosse normal.
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O Brasil teve 1,5 milhão de homicídios, assassinatos, nos últimos 35 anos. A taxa beira os 60 mil por ano. Ou seja: em média 164 homicídios, assassinatos, por dia.
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E a Vida, a preservação da Vida, não é o tema fundamental, dominante, determinante na chamada "Sociedade" e suas instituições.
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Salvo, e com impacto decrescente, quando dezenas, centena de presos se mata, se esquarteja...
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Na plateia tem quem aplaude, pede bis, e ainda mais prisões.
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Porque dentro e fora das prisões quem morre ou mata são, quase sempre, pobres ou miseráveis das periferias e guetos.