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Tudo vai para a internet. Mas para onde ela vai?

Confira o conteúdo exclusivo da TV Gazeta - Tudo vai para a internet. Mas para onde ela vai?

Publicado em: 21/10/2015 - Última atualização: 03/08/2023 - 15h57

1 - Mídias digitaisVocê pode estar lendo este texto em um notebook. Ou num smartphone. Talvez num tablet. É possível que tenha chegado aqui via Facebook. Ou Twitter. Talvez pelo site da TV Gazeta.
Atualmente, são muitas as maneiras de se acessar um conteúdo e uma das certezas que temos é que quase tudo o que é produzido em comunicação se torna digital e vem parar na web. Pelo menos se você quiser que seu ‘produto’ – seja texto, foto, vídeo, música ou o que for – atinja um grande público e dispute atenção em nossa sociedade midiática.

A convergência de mídias para a internet é um caminho sem volta, mas será que ela implica na morte dos meios tradicionais?

“Bem-vindo à cultura da convergência, onde as velhas e as novas mídias colidem, onde mídia corporativa e mídia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mídia e o do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis”, anuncia Henry Jenkins no livro Cultura da Convergência. O autor não acredita que um novo meio de comunicação destrua o anterior e sim que ambos se modificam mutuamente e constantemente. E, de fato, imprevisível é pouco para descrever o cruzamento de velhas e novas mídias.

Você não precisa ter assistido o Jornal Nacional na noite de 28 de setembro para saber o que eu quero dizer com “Senhora? Senhora?”. Seria só mais uma reportagem de denúncia sobre funcionários públicos fantasmas, se na matéria a repórter não corresse atrás de uma suspeita que se recusou a responder suas perguntas.

Rapidamente, o assunto virou piada no Twitter, Facebook, blogs e sites, e a partir daí a referência percorreu um fluxo completamente inesperado. Por exemplo, na forma de charge sobre Eduardo Cunha, no tradicional Diário de Pernambuco. De jogo para smartphones Android, com mais de 600 mil downloads. E, acredite, virou até matéria no Washington Post: “Uma funcionária pública ‘fraudulenta’ é pega no ato, e o Brasil não consegue parar de assistir.”

2. Senhora

“Este é um caso de transmídia, ou seja, aquilo que ultrapassa a mídia de origem e passa a fazer parte da nossa cultura, das nossas referências”, explica Luís Mauro Sá Martino, professor do Programa de Mestrado e do Curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero.

Apesar de associarmos convergência e tecnologia com naturalidade, Jenkins faz questão de destacar a dimensão cultural no processo. “A convergência não ocorre por meio de aparelhos, por mais sofisticados que venham a ser”, e sim na mente das pessoas e em suas interações sociais.

É esse o cenário que as mídias precisam levar em conta ao tentar se adaptar com eficiência para o mundo digital. Convergência não é um processo meramente tecnológico. Ele diz respeito a… pessoas!

Da teoria à prática

Mas será que o mercado captou a mensagem? “Você tem de tudo, desde iniciativas magníficas, como o jornal inglês The Guardian, e outros que trabalham meramente com transposição de conteúdo”, afirma Luís Mauro. Com 194 anos de história, o Guardian mergulhou de cabeça no online e já ganhou diversos prêmios de jornalismo digital. Ainda existe a versão impressa, mas a linguagem é outra. “As reportagens do site só fazem sentido ali. Não dá para você fazer uma conversão imediata para o impresso”, completa.

3. The Guardian

No mercado de revistas, as marcas ainda estão longe de ter uma estratégia exclusiva para o digital, pelo menos no Brasil. É o que pensa Helena Jacob, coordenadora do curso de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. “Muitas empresas tentam colocar o digital à força, sem uma estratégia própria, mas à força não funciona. Boa parte das revistas digitais são apenas ‘repositório’. São PDFs pouco interativos e não uma versão com linguagem própria para dispositivos como tablets”.

Apesar de criticar as revistas em si, a professora elogia a adaptação de algumas marcas para portais. “A Capricho foi uma das que acertaram ao fazer essa migração. Porque a relação com as leitoras é muito direta, o conteúdo é bem alinhado.” Nas redes sociais da marca, nota-se referências constantes ao universo cultural e tecnológico de seu público-alvo, como a linguagem do aplicativo Snapchat, com uso de emojis e outros recursos gráficos. “A Exame também faz um trabalho muito bom, consegue conversar com vários públicos”, complementa Helena.

Estudo de Caso: Gazeta Esportiva – Do impresso ao portal multimídia

 

Refer4. Gazeta-Esportiva-1947ência no setor, a Gazeta Esportiva se tornou o primeiro jornal diário de esportes do Brasil em outubro de 1947 – anteriormente era um suplemento semanal). Ao longo de décadas, não só eternizou os grandes feitos esportivos no país, mas também organizou eventos e provas populares, como a São Silvestre e a Prova Ciclística 9 de Julho, que seguem fortes até hoje.
Acompanhando as mudanças tecnológicas, o jornal entrou na internet em 1997. Gradativamente, as atenções foram se transferindo para o meio digital, até que em novembro de 2001 a edição impressa chegou ao fim e toda a operação migrou ao portal Gazeta Esportiva.net. Foi o primeiro veículo impresso a se tornar exclusivamente online no país.

No início, em 1997, acontecia apenas uma migração de conteúdo; o que saía no impresso, vinha para o site. O jornal ainda era bem forte, mas aos poucos fomos buscando conteúdos próprios para o digital”, conta Erick Castelhero, editor-executivo do portal.

Com orgulho, destaca que a Gazeta Esportiva introduziu a cobertura de partidas minuto a minuto em sites do Brasil. A inovação aconteceu na partida Gama 2 x 4 Corinthians (25/07/1999), na estreia de Luisão pelo clube paulista, com quatro gols do atacante.

Multimeios: Atualmente, tendo em vista que os fãs de esporte consomem mídia em diversos meios – como site, redes sociais e TV – cada vez mais o portal é multimídia. Na semana passada, por exemplo, o repórter Osmar Garraffa cobriu o desembarque de jogadores de Santos e Corinthians após servirem a Seleção Brasileira.
Encerradas as entrevistas, elas foram enviadas e adaptadas para cada meio. No site, os vídeos com cada jogador foram recortados e alguns ganharam complemento em texto. “A informação chega ‘quente’ no site e num formato do maior interesse para o usuário”, aponta Erick Castelhero.

Momentos depois, os conteúdos foram divulgados no Twitter, Google+ e Facebook, meios onde as pessoas curtem, compartilham e deixam suas opiniões sobre os atletas , seus clubes e a Seleção Brasileira.

5. Elias

Às 18h, no programa Gazeta Esportiva (TV), a matéria completa de Garraffa vai ao ar, sendo que Celso Cardoso e Chico Lang ainda analisam o desempenho da Seleção no último jogo. Por fim, o programa completo é disponibilizado no site da TV Gazeta e no YouTube, de forma que a pessoa pode assistir o conteúdo a hora que quiser, caso tenha perdido o programa.

Se a cobertura do repórter fosse feita há 15 anos, por exemplo, as informações só atingiriam o público que acompanhasse o programa Gazeta Esportiva ao vivo. Hoje em dia, no entanto, o mesmo conteúdo pode atingir diferentes públicos, em diferentes mídias.

De qualquer forma, ainda vai demorar pelo menos mais uma geração para a internet ter sua própria cara, aposta o professor Luis Mauro. “Isso não é uma crítica, é um processo histórico normal. O que a gente viu em outros momentos da história é que em algum momento se inventa uma linguagem nova para cada meio. O cinema começou como um ‘teatro filmado’, a TV começou como um rádio com imagens…

E você, pode apostar como será a ‘cara’ da internet daqui 15 ou 20 anos? =)