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Em conversa no podcast Sobretudo, Filipe Catto fala sobre música, identidade e homenagem à Gal Costa

Confira o conteúdo exclusivo da TV Gazeta - Em conversa no podcast Sobretudo, Filipe Catto fala sobre música, identidade e homenagem à Gal Costa

Por: Fernanda Alves

Publicado em: 22/01/2024 - Última atualização: 22/01/2024 - 19h58

No oitavo episódio do podcast Sobretudo – produção exclusiva do Jornal da Gazeta –, Felipe Vidal e Fernanda Azevedo receberam Filipe Catto. Cantora, compositora e produtora, Catto bateu um lindo papo com os apresentadores, indo desde sua identidade e a comunidade LGBTQIAPN+, até homenagem à Gal Costa e possíveis futuros passos na carreira.

O episódio completo está no YouTube do Jornal da Gazeta e nas principais plataformas de áudio.

Álbum “Belezas São Coisas Acesas por Dentro” em homenagem à Gal Costa

Em 2023, além de suas produções autorais, Catto foi convidada a interpretar o repertório de Gal Costa. Através de sua arte, relembrou o público que “Belezas São Coisas Acesas por Dentro” – trecho da música “Lágrimas Negras”, da própria Gal Costa, que dá nome ao álbum com as interpretações de Filipe Catto.

Capa do álbum "Belezas São Coisas Acesas Por Dentro", de Filipe Catto.

Capa do álbum “Belezas São Coisas Acesas Por Dentro” (Foto: Reprodução/@filipecatto)

A cantora contou que, além da pandemia do Covid-19, toda a crise no setor cultural nacional lhe gerou um intenso processo em torno de seu emocional. Assim, ser chamada para interpretar as canções de Gal foi uma excelente oportunidade.

“Fazia um tempão que a gente não trabalhava juntos, porque a gente tava lá vivendo de migalhas. Então, esse projeto foi um resgate de poder colocar minha equipe na estrada, de poder estar ali junto. Quando eu vi, a gente tinha estreado esse show e foi tão impactante, tão bonito, que virou um disco. E esse disco levou a gente pra lugares tão especiais”, reforçou ela.

Filipe dividiu que, à princípio, sua ideia foi rejeitar o convite, já que ela sentia que cantar as canções de Gal Costa seria um processo de grande responsabilidade – e, além disso, a cantora havia falecido há pouco tempo. No entanto, Catto contou que resolveu se arriscar no projeto e o aceitou.

“Eu sou muito atraída pelo desafio, quando o projeto me dá esse susto, do tipo ‘e aí, você vai encarar, querida? E agora? Tem gogó para cantar isso aí?’. Eu falei ‘eu acho que eu vou ter que me tacar nessa fogueira e ver o que vai acontecer’. E foi uma delícia!”

Sobre identidade e pertencer à comunidade LBTQIAPN+

“Eu cheguei num momento da minha vida que eu simplesmente não tenho nada a perder. Eu sou uma pessoa LGBTQIAPN+, eu sou uma artista trans no país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo. Eu sou isso aqui, entendeu?”, disse Filipe, quando questionada sobre seus processos de criação e sua liberdade dentro deles.

Filipe contou que o que começou como um convite para interpretar Gal em um show no Sesc Bom Retiro, lhe ajudou em sua concepção de si mesma. A apresentação, que acabou chegando aos palcos do festival Primavera Sound ao final de 2023, surgiu de encontro com seu momento de compreensão de si como uma pessoa não binária, ajudando-a a entender sua beleza e sua sexualidade.

Filipe Catto em show no festival Primavera Sound, em São Paulo.

Filipe Catto em show no festival Primavera Sound, em São Paulo (Foto: Reprodução/@filipecatto).

Sobre a construção de sua identidade, Filipe disse que foi um processo de disforia e de traumas, já que ver sua própria imagem lhe gerava grandes questões emocionais. “Hoje, poder viver o meu corpo, viver a minha identidade, poder subir no palco e cantar “Tigresa” de calcinha, cantar “Vaca Profana” sabendo que aquela vaca profana sou eu também. […] Esse repertório é a nossa vida, a nossa história”, mencionou ela.

Ao falar de inspirações, representatividade e, principalmente, de apoio e acalento, Filipe traz uma grande lista de nomes. Sendo assim, a cantora, para poder encontrar a si mesma como artista, também precisa se afetar pela arte dos outros.

“Eu não sei o que seria de mim sem a Liniker, sem a Linn [da Quebrada]. Eu não sei o que seria de mim sem a Jup [do Bairro]. Sabe? Eu não sei o que seria de mim sem Cláudia Wonder. Eu acho que tiveram tantas artistas que vieram, que me abraçaram, sabe? Eu estava ainda começando no meu processo de descoberta sobre a minha questão de gênero”.

Filipe, ainda, reforça a legitimidade de sua não binaridade e como gostaria de ter visto alguém como ela durante sua adolescência, apesar de sentir-se feliz por, atualmente, ver que esta comunidade tem se fortalecido. “Hoje, eu fico muito feliz de poder ser uma voz não binária dentro da música brasileira”, comentou ela.