Vinicius Torres Freire / Depois da Copa, começa o #vaiterrecessão

Pois é, como a gente acabou de ver, na primeira metade do ano a venda de veículos caiu 7,5%, em relação à primeira metade do ano passado.

Jornal da Gazeta

Pois é, como a gente acabou de ver, na primeira metade do ano a venda de veículos caiu 7,5%, em relação à primeira metade do ano passado.
Ontem, a gente soube também que a produção de veículos caiu 20% em maio, se comparada também a maio do ano passado. A indústria como um todo produziu menos. A produção caiu em maio pelo terceiro mês seguido.
Junho não vai ser melhor. As montadoras de veículos estão parando as fábricas, dando férias coletivas, abrindo programas de demissão voluntária ou até mesmo demitindo. Os estoques estão altos, os carros estão tomando poeira nos pátios. Falta vontade e coragem de comprar carro, nesta situação de economia difícil; para quem quer comprar, o crédito está mais caro, difícil e curto, com prazos de pagamentos menores.
A indústria automobilística, que é muito grande e ligada a outras indústrias fornecedoras, vai afetar a produção industrial.
A indústria brasileira entrou em recessão. Isto é, a produção deste ano vai ser menor que de 2013. Talvez muito menor.
A baixa da produção industrial vai arrastar a economia como um todo. São cada vez mais comuns as estimativas de que a economia brasileira encolheu neste segundo trimestre. Isto é, a produção e a renda total da economia diminuíram
A gente sabia e repetiu tantas vezes aqui no Jornal da Gazeta que a economia andaria mal neste ano, mas num declínio lento e gradual. Pois bem, o declínio está sendo mais rápido do que se esperava.
Por ora, como todo mundo pode perceber, os efeitos sobre o emprego e salário não são muito notáveis. Mas imaginava-se que a piora geral da economia teria efeitos sobre a vida cotidiana, do cidadão comum, lá pelo ano que vem. Agora, parece que essas notícias tristes vão chegar mais cedo, provavelmente quando entrar setembro.
Quando a gente acordar da festa divertida da Copa, o choque de realidade será duplamente triste: não vai ter mais Copa e não vai ter notícia boa alguma na economia.