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Governo terá de ir das promessas aos resultados

Comentário de Economia, com Denise Campos de Toledo.

Governo terá de ir das promessas aos resultados Comentário de Economia, com Denise Campos de Toledo.
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O governo está agilizando as conversas políticas pra ver se após a conclusão do impeachment consegue agilizar também as medidas que podem garantir o ajuste das contas públicas. Mas tem ido com cautela, porque está lidando com questões polêmicas. Começa com a limitação do aumento de gastos que pode mexer com interesses corporativos. Se fala numa limitação a partir do ano que vem. Mas o governo, além de ter endossado o reajuste do funcionalismo, aprovado pelo Congresso, ainda concordou com a exclusão das suspensão dos reajustes, pelo Estados, no acerto para a renegociação da dívidas, e agora não se posicionou, claramente, quanto aos projetos de reajuste do Supremo, da Procuradoria e da Defensoria. Outra matéria muito polêmica vai ser a reforma da Previdência, que, junto com a limitação de gastos, pode estabelecer uma trajetória melhor das finanças públicas nos próximos anos. Mesmo que resultados mais expressivos demorem pra aparecer, o avanço dessas matéria já pode assegurar um ambiente de maior confiança, que ajude a acelerar investimentos, reduzir o aumento da dívida pública, com juros menores praticados pelo mercado. Com confiança, credibilidade, toda a economia pode funcionar melhor. A interinidade, que está chegando ao fim, reforça a cautela. Isso até explica concessões como as que eu citei. Só que, depois, não haverá mais essa desculpa. Vai ser hora de arregaçar as mangas e mostrar serviço, resultados concretos e não apenas promessas. A questão é que o fim da interinidade não acaba com a resistência política a essas propostas. Os opositores, parte deles, pelo menos, também podem estar mais cautelosos pra que nada dê errado em relação ao impeachment. E, fora essa resistência, o governo Temer ainda terá pela frente um calendário desfavorável, marcado pelas eleições municipais. De qualquer modo, a expectativa é de tempos melhores. Ainda que não tenhamos uma reversão maior de cenário, dá pra esperar por mudanças favoráveis. Em 2017 a economia deve voltar a crescer, com inflação mais baixa e mais investimentos, o que já vai trazer algum alívio mais perceptível para a sociedade. Difícil imaginar um ano ruim como esses dois últimos que tivemos, incluindo 2016. A economia pode até respirar melhor no último quadrimestre, mas ainda vai ser um período de indicadores bem negativos. O retrocesso, a desorganização, foram pesados demais, pra que possamos contar com mudança mais rápida. Eu volto na quinta. Até lá.
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