Estado Islâmico estimula o terrorismo-franquia

Pois o terrorismo continua a ser o grande assunto. Mas isso acontece num momento de grande contradição.

Pois o terrorismo continua a ser o grande assunto. Mas isso acontece num momento de grande contradição. O Estado Islâmico não está hoje tão forte na Síria e no Iraque como já esteve há um ano. O califado que eles pretendiam instalar, nesses dois países, está diminuindo de tamanho. Os malucos perderam 40 por cento do terreno que haviam conquistado no Iraque. Não têm mais o controle da cidade de Fallujah. Ainda mandam em Raqqa e Mossul, mas não por muito tempo. Eles estão desmilinguindo, com a morte e a deserção de combatentes. Na Síria, onde a implantação do grupo é menor, eles já perderam um quinto do território que possuíam. Mas prestem atenção. Em maio último, o porta-voz do Estado Islâmico, Abu Adnani, lançou um apelo perigoso. Pediu para que os simpatizantes não viajassem ao Oriente Médio para se alistarem como combatentes. Apelou para que eles pratiquem pequenos e grandes atentados nos países onde estão. Estamos falando de simpatizantes, que não são organizados em células, que não têm ligações de hierarquia com uma central do terrorismo. Não é o tipo de rede clandestina que existia com o modelo da Al Qaeda. O que o Estado Islâmico estimula é o surgimento de franquias, formadas, muitas vezes, por um único indivíduo. É o caso do adolescente, que esfaqueou os passageiros de um trem na Alemanha. É o caso do terrorista do caminhão frigorífico, que na semana passada atropelou e matou na cidade francesa de Nice. Ou do homossexual enrustido que atacou uma boate gay na cidade americana de Orlando. Estamos, então, diante de terroristas que dificilmente a polícia consegue identificar e prender. São pessoas que muitas vezes já cumpriram prisão por crimes comuns, e que se transformam em lobos solitários, para fazer de conta que lutam por um ideal. É uma loucura em cima de outra loucura. A ação da Polícia Federal, aqui no Brasil, foi facilitada porque esse grupo de simpatizantes era muito amador. E também muito burro. Ainda bem. É assim que o mundo gira. Boa noite.