As prisões de Amaral e Esteves e a corrupção na Petrobras

Um senador do PT e um grande banqueiro, do BTG Pactual, foram acusados hoje de formar uma máfia, de serem gângsters pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Jornal da Gazeta

Um senador do PT e um grande banqueiro, do BTG Pactual, foram acusados hoje de formar uma máfia, de serem gângsters pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.
São eles Delcídio Amaral, líder do governo no Senado, e André Esteves, um dos cinco maiores banqueiros do país. Em resumo, eles tentavam acobertar crimes dos quais são acusados na Lava Jato.
Um está envolvido em rolos na compra de uma refinaria nos Estados Unidos. O banqueiro, em negócios com a BR Distribuidora. Teria pago propina para conseguir um acordo com a BR para salvar sua rede de postos de gasolina, como se aliás precisasse desse dinheiro.
Esses são apenas alguns das dezenas de casos de desvio de dinheiro, de roubança ligada à Petrobras.
Mas como foi possível que a sujeira fosse tão grande? Um dos motivos é econômico.
No final do governo Lula e principalmente no governo Dilma foi criado um modelo de exploração do petróleo que favorece a corrupção. Foram criadas empresas com quase monopólio, domínio total do negócio, como a Sete, para contratar plataformas de exploração de petróleo para Petrobras, um negócio de 30 bilhões de dólares, mais de 114 bilhões de reais.
Essa empresa tinha de contratar empresas nacionais em nível exagerado, pois elas não tinham competência para tanto e cobravam mais caro.
Não havia concorrência, havia muita conversa com o governo e empresas estatais. Sem concorrência, a negociata floresce. Floresceu. O grosso das propinas vinha de estaleiros que queriam construir as plataformas marítimas de Petrobras, cada uma custando 1 bilhão de dólares, quase o dobro do preço que se poderia pagar no mercado internacional.
Corrupção maciça é como acidente de avião. Depende de muitos fatores para acontecer, ser uma praga tão grande. Mas quando se coloca muito dinheiro do governo em um negócio para poucos e bons amigos do governo, a roubança prolifera.
A corrupção atingiu Congresso, governo, empreiteiras, bancos, Petrobras. Destruiu empresas, paralisa a política, paralisa o governo, paralisa a economia. Está acabando com o Brasil.