O impacto da Selic e da alta do dólar no seu bolso

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A taxa básica de juros, a selic, subiu para 12,75% ao ano e ainda deve subir mais. É uma tentativa do Banco Central de garantir uma inflação mais baixa, já que os juros altos inibem o consumo e as empresas seguram os aumentos pra que as vendas não caiam muito. Só que nas condições atuais essa estratégia não vai dar muito resultado no curto prazo. Nós não temos uma inflação de consumo. O consumo já vem caindo, até porque a inflação alta está pesando no orçamento das famílias. Mal está dando pra segurar as despesas básicas, que foram as que mais subiram, como as tarifas de energia, transporte, combustíveis, mensalidade escolar, alimentos. Por tudo isso a inflação disparou. Só que ao elevar os juros, o Banco Central, além de frear mais o consumo, mexe com as expectativas, Se a previsão for de inflação cada vez mais alta, a indexação ganha força, os aumentos preventivos, todo mundo quer repassar custos. Ao mostrar que está agindo, o Banco Central inibe parte dessas pressões. Todo mundo fica em alerta, segura aumentos, por medo de uma situação pior. E inibe também pressões adicionais que poderiam vir, por exemplo, da alta do dólar. O dólar deve ficar num patamar mais alto mesmo, o que encarece os importados. Mas o repasse acaba não sendo tão forte por essa situação que o Banco Central está ajudando a criar. No final das contas, a alta dos juros pode evitar que a inflação avance mais,e até garantir uma trajetória melhor pra 2016. Só que vai castigar mais a economia, quando deveria ocorrer o contrário. Com a previsão de retração, os juros deveriam cair, como está acontecendo na maior parte do mundo. Mas são tantos os problemas a serem corrigidos que não dá pra escapar dos remédios amargos e desses efeitos colaterais.