Ditadura chinesa teme democracia de Hong Kong

Vamos falar de Hong Kong. É aquela região autônoma pequenininha, bem no sul do litoral da China.

Vamos falar de Hong Kong. É aquela região autônoma pequenininha, bem no sul do litoral da China. E que foi por um século e meio uma colônia britânica. Ela foi devolvida há dezessete anos aos chineses. Os acordos sobre a devolução exigiam que a China respeitasse a democracia do território. A China já foi uma ditadura comunista e que hoje é uma simples ditadura. Pois bem, agora já é manhã de quarta-feira em Hong Kong. E o centro da cidade continua ocupado por no mínimo 150 mil pessoas. Todo mundo sentado no asfalto ou deitado no chão. A ocupação começou sexta-feira. A polícia tentou, no domingo, desalojar os manifestantes. Usou gás pimenta e bomba de gás lacrimogêneo. Mas ninguém se dispersou. Até chegou muito mais gente. O protesto começou quando o regime de Pequim anunciou que teria o direito de vetar candidatos da eleição para governador. A eleição será em 2017. Os que defendem a democracia, e entre eles muitos estudantes, acham que a China quer exportar a ditadura para Hong Kong. Mas a truculência chinesa tem segundas e terceiras intenções. O governo de Pequim não quer que Hong Kong sirva de exemplo, para outras regiões que reivindicam autonomia. Elas também poderiam adotar um modelo mais democrático de governo. Hong Kong é uma democracia, com 7 milhões de habitantes, confinados num espaço muito apertadinho. Os prédios de apartamento têm até 60 andares para caber todo mundo. Em Hong Kong não existe censura na internet. Os jornais e a televisão falam o que querem. É também um território em que o governo só cobra imposto da gasolina e das bebidas alcóolicas. O resto, de macarrão a computador, é vendido pelo preço de custo. A população de Hong Kong acredita que é mais metropolitana que os outros chineses. Ela tem acesso a informações culturais que não passam pela censura. É uma vantagem que eles querem manter. Se virar uma ditadura, controlada por Pequim, a próxima geração Hong Kong vai ficar meio caipira e poderá até emburrecer. É assim que o mundo gira. Boa noite.