A lista de problemas é enorme

A piora contínua das projeções quanto ao desempenho da economia, que já contamina 2016, explica o esforço do governo em estabelecer uma agenda mais positiva.

Jornal da Gazeta

A piora contínua das projeções quanto ao desempenho da economia, que já contamina 2016, explica o esforço do governo em estabelecer uma agenda mais positiva. Agenda que passa pelo estímulo às exportações e maior atração da investimentos pra infraestrutura, que são dois dos temas em destaque nas conversas da presidente Dilma e comitiva com empresários, o governo e representantes do mercado financeiro, nos Estados Unidos. E o caminho é esse mesmo. Aliás o País já perdeu muito tempo. No período em que se imaginava que era possível crescer só estimulando o consumo, houve um total descuido com o setor produtivo, exportador, e com a infraestrutura. A consequência é todo o desarranjo que vemos, com inflação muito pressionada, queda de produtividade, de competitividade, serviços precários e caros, que reforçam muito o Custo Brasil. Agora, embora a agenda mais positiva esteja no caminho certo não deve produzir maiores efeitos a curto e mesmo a médio prazo. Por maior que seja o potencial do País e o esforço do governo em mostrar que há um redirecionamento da política econômica, tem problemas demais. Essa perspectiva ruim quanto ao andamento da economia, com inflação e juros altos, demanda mais fraca, queda de atividade, recessão, desemprego, dificuldades de cumprimento da meta fiscal, os embates com o Congresso e o enfraquecimento político do governo, não só pelos dados ruins da economia, mas também pelos escândalos de corrupção. A lista de problemas é enorme. Dependendo das regras ainda a serem estabelecidas para as concessões, o País até pode atrair mais dinheiro de fora. Todo esforço deve ser feito nesse sentido. É do exterior que deve vir algum oxigênio, tanto via comércio como investimentos, já que no âmbito doméstico as indicações não são as melhores. Os empresários ou boa parte deles continua no aguardo de alguma sinalização mais favorável, adequando a atividade à nova realidade, sem muitos planos de expansão. A Lava Jato comprometeu demais a situação das maiores empreiteiras do País, sem esquecer o encolhimento da Petrobrás que, hoje mesmo, anunciou um corte de investimentos de quase 40% em relação ao plano anterior de negócios. Enfim, o País continua com o freio de mão puxado. Eu volto na quinta. Até lá.